sábado, 9 de abril de 2011

"QUANDO ACENDI O FÓSFORO UMA MARIPOSA BRANCA ATRAVESSOU A SOMBRA DA MÃO"(Takuboko)




Gosto dessa foto,tem um movimento incrível. Suelen estrela Dalva expandindo sua energia.
A direção do movimento, tem 3 vindo e apenas Larissa indo na direção contrária. A sala, o espaço. O desfoque. A luz. A temperatura. A sensação.
A frase do topo é de TAKUBOKO (Takuboko Ishikawa viveu na era Meiji, nasceu em 1885 e morreu em 1912, aos 27 anos de tuberculose).



                        
Rafael sem braço, o bambolê no fundo, Thais em contrações loucas. Atrás de Thais Marilio de roupa preta, parecendo um mongol. As cores, a luz, a linha do bambolê, Marilio de preto parece que responde ao arredondado do bambolê. Parábens Marcelo, tem fotos lindas.

                                                                
                                                      “Tristemente sozinha
                                                 entre a desarmonia insolúvel
                                         me irritei hoje novamente” (Takuboko)
.
    

                                                       Peguei o espelho
                                               E esgotei todas as caretas
                                        Quando cansei de chorar (Takuboko)



quarta-feira, 6 de abril de 2011

RESGATE DAS TRADIÇÕES

Sexta feira passada tivemos um encontro na Fonte Clínica  sobre o trabalho de René Guenon,  que na décade de 40 era considerado pelos indianos o único ocidental que realmente entendia de orientalismo. Esses encontros acontecerão uma vez por mês, sempre nas sextas feiras.
Abordamos o primeiro capítulo  do livro "Crise do Mundo Moderno", onde ele apresenta a confusão evidenciada desde a idade média criando uma distorsão de conceitos tradicionais e valores que hoje vemos generalizada em todos os povos e em todos os setores.
A cada encontro sentimo-nos mais fortalecidos, clareando nossas mentes e direcionando nossas energias e ações sem dispersão.
Essa foto vem a calhar, é silenciar a mente para poder ouvir o interior, poder absorver, mergulhar, tentar diferenciar agitação de ação.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O PROCESSO CONTINUA

Hoje  é terça feira, depois de tudo acabado vem a ressaca, minha ressaca foi hoje, até ontem ainda estava sob efeito da massarokahoje nem fui a escola, tirei o dia para descansar. Como a Diana falou, ela ficou o tempo todo com os olhos fechados, mas sentia o cheiro de algumas pessoas,  ela sabia que eu estava perto dela pelo cheiro, foi lindo.
                                     
Ela escolheu o Núcleo coordenado pelo Junior e o tema era a perda de algum dos sentidos, e  ficou o processo inteiro, quer dizer 4 dias de olhos fechados e no dia da finalização pintou uns olhos abertos em cima dos olhos fechados, meio vesgos. Muito doido, foi uma das que eu também mexi nos cabelos e no fim da apresentação a índia potiguar deitou no colinho dela. Foi muito bom
           

A Índia começa  de saia, depois ela tira a saia e fica de colant e começa a por os adereços, colar, pena, pulseira e pintura.
                                             
Nessa outra foto abaixo a índia já está de colant e Marilio pintando, e ele ficava falando uma língua muito estranha e a índia dizia  AÊ...........AÊ.........
                                             
                                                                              AÊ.............AÊ...............
                                             
Adoro essas fotos manchadas, não dá para identificar quem é quem, e o que está acontecendo
                                              
Aqui a índia tenta dialogar com Mariana um papo absurdo, não entendi nada do que ela falava, na frente Thais que ficou o tempo todo de olhos vendados e Rafael que só tinha um braço, depois também perdeu a audição e ficou cego, coitado, foram 3 personagens que trabalharam a perda de algum dos sentidos. Barbaro. Eu interagi com o Rafael também usando o colar, espero que tenha alguma foto, ele disse que se sentiu um animal. 
Esse ateliê ainda vai render  estórias. Gente maluca é assim..........rende.


domingo, 3 de abril de 2011

ACABOU-SE O QUE ERA DOCE

Só vou escrever as sensações que estou sentindo agora. Que abençoado é o sono, cheguei mui cansada, queria ficar para ver mais uma vez Pares e não consegui, comi e deitei às 20 hs, o corpo foi esfriando e o cansaço pintando quando acordei eram 23 hs, estava na sala e fui para o quarto, mas o corpo já tinha descansado, no entanto tinha ficado a sensação do resultado da apresentação, ele vibrava por todos os lados, não sei explicar, fazia tempo que não sentia isso, as dores no joelho passaram e a sensação de insatisfação também, nunca fico muito satisfeita com minhas apresentações, é crônico, sempre foi assim.
Curto mais o processo do que o resultado.
Gabriel e Janaína no espetáculo "Adeus corpo gentil, morada do meu desejo"

Claudia de Souza, diretora da Cia Danças

Foi lindo conviver com todos os participantes e conhecer os membros da CiaDanças principalmente o Gabriel e a Claudia, os 2 que tive mais contato, porque acabei ficando no núcleo que eles coordenaram.
Tudo foi uma troca de experiências, com uns mais intensas com outros menos, mas todas muito prazeirosas e enriquecedoras. Amanhã essas sensações todas diminuem e a mente começa a analisar mais friamente tudo que aconteceu, aí tenho condições de pensar melhor as coisas, agora tentarei dormir novamente.

sábado, 2 de abril de 2011

Segundo e Terceiro dia do Atêlie

No segundo dia pesquisei bastante o círculo, simbologia muito presente na vida indígena, para mim ele apareceu de repente no segundo ensaio com a Edith, dessa vez pude experimentá-lo completamente, e através dele descobri a suavidade e introspecção da índia de INI, utilizei também um abano (leque) que comprei na lojinha da Funarte, em Brasília e um brinco de penas que eu tinha, esse dois objetos colocou a índia em contato com o resto dos participantes do Atêlie e me mostrou o tempo dessa índia através do vento, experimentando o vento me veio na memória o apito desenhado pelo Marcel(meu filho)no seu exame para a faculdade em Nuremberg. O apito que entra o vento de um lado e sai o som do outro.


Mas ontem, no terceiro dia ela se compôs quase que totalmente, pode ser que hoje, sabado, ela se modifique, mas nasceu a pintura do rosto, o cocar, o colar, ela ficou colorida e enlouqueceu, como acontece com todos os povos que perdem sua tradição. É uma índia louca, mas calma, em PAZ.
Ela fala mas sua voz não sai, ela só gesticulou muito a boca, ficou até parecendo um clow, isso só vou ter certeza na hora que ver as fotos e filmes que foram feitos, mas me senti clow. Depois me despertou muitas memórias.
Primeiro me lembrei dos Kadiwéus e dos desenhos que o Og Gil(meu filho) fez para os brincos em prata:




depois me lembrei da Arara que me cumprimentava todos os dias quando trabalhava na ACM em Osasco e carregava o Marcel(meu filho)na tartaruga, ele amarrado na frente do corpo, essa Arara sempre tem aparecido em algumas performances, acho que ela é uma exibicionista, mas linda, e todos adoram.
Em seguida lembrei muito do extermínio da tribo do Potiguares, que foi uma das primeiras tribos extintas no Brasil, devido a sua não aceitação a serem colonizados. Câmara Cascudo tem várias lendas a respeito da extinção dos potiguares e lembrei do enterro do meu pai,eu na frente do caixão com um incenso indiano aceso, os homens todos da aldeia ajudando a carregar o caixão e os animais(que ele tanto amava) todos se aproximando para assistir o cortejo, a igrejinha, minúscula na frente, parecia uma cena de filme do Glauber Rocha, pena que não tinha uma camêra para filmar.
E domingo será a apresentação do resultado desses quatro encontros dirigido pela Claudia de Souza que para mim está sendo uma linda descoberta. Ela e a sua companhia de danças. Agradeço a  Claudia por desenterrar em mim tantas memórias e por você ser o que você é, uma ótima diretora e sua Cia Danças é o máximo.
Beijos a todos. E VIVA A ARTE.